segunda-feira, 8 de junho de 2015

O gigante acordou

“no mundo realmente invertido, o verdadeiro é um momento do falso”
                                Guy Debort

Desde o primeiro ato contra as passagens, eu sabia que não eram apenas R$0,20. Sim, era o começo de uma busca que para muitos seria inalcançável.  O movimento passe livre (MPL) iniciou a manifestação com o intuito de melhoria no transporte público e diminuição da tarifa. Há principio, seria retirar os vinte centavos acrescentados. Um pequeno grupo de interessados no movimento se uniu ao MPL e decidiu fazer uma passeata, que para todos ali faziam muito sentido, pois eles tinham ideais e pensamento próprio, o que prova o nível de conhecimento e entendimento no movimento e na política.

Até o quarto ato, as pessoas estavam acompanhando pela televisão e julgando aquele “pequeno grupo” pelos seus atos. Atos de “vandalismo”. O que eles não sabiam, era que tais atitudes eram cometidas por pessoas recebendo ordens de alguém, para estragar o que o governo não aprovava, assim, não ganhando força do povo. Ah, não posso deixar de dizer que a mídia contribuiu muito para que as pessoas acreditassem nisto, e manipulando; conseguiram. Só que no quinto ato, a rota e a policia militar não se contiveram as ofensas da população, e começou a atirar para tudo quanto é lado na Av. Paulista/Augusta/centro. Ali, muitos foram presos e feridos, dentre eles; jornalistas. Ah sim, pessoas arriscando suas vidas para executar seu trabalho. O que acontece é que quando somos atingidos por algo que não nos agrada, conseqüentemente iremos mostrar os fatos. Eu posso chamar isto de “teoria critica da sociedade”. Um pequeno grupo interessado em tal assunto tomou uma decisão e decidiu agir. Logo, cada integrante deste “pequeno” grupo espalhou a informação a seu modo de pensar, e este modo de pensar era semelhante a todos ali presentes. A partir daí, surgiu pessoas de todos os lugares, raças, tipos e ideologias.

Segunda-feira (17) ocorreu o “sexto ato contra as passagens”, e o motivo de muitos presentes, era a revolta, magoa e INDIGNAÇÕES de como aquelas pessoas haviam sido tratadas no dia 13. A mídia ao vivo divulgava para todo o Brasil o que acontecia no Lgo.da batata em SP,a mídia internacional mostrava apoio aos manifestantes e a policia divulgava em média 67 mil pessoas. Naquele pedaço havia no mínimo 130 mil pessoas com cartazes maravilhosos, mostrando a preocupação com o futuro de nosso país e notava-se que a felicidade era muito grande. Dizem que a união faz a força, e faz mesmo. Só que em meio a esta multidão,realmente o “pequeno grupo” que eu citei, era o realmente informado. Lindo e maravilhoso os jovens acordarem e saírem para as ruas em buscas de seus direitos, só que para fazer isto, deveriam estar cientes do motivo de suas presenças. Existiam pessoas cantando o hino nacional brasileiro, pessoas cobertas pela bandeira do Brasil gritando “eu sou brasileiro com muito orgulho com muito amor”. Á partir daquele momento surgiu a minha decepção e preocupação. Orgulho de ser brasileiro? Não, ali o nosso objetivo era ter orgulho do POVO brasileiro, era mostrar que o país tem sim condições de melhorias, ali queríamos expandir informação para o povo para que eles pudessem ver o que de fato acontece. Afirmo decepção, porque muitos ali não tinham noção de nada do que se passava. E o “grupo informado” ficou desapontado pela atitude de patriotismo exagerado e orgulho exacerbado pelo país onde nasceu.

Embora esses defeitos tivessem afetado a minoria, cada pessoa ali teve seu espaço e importância, afinal devido á grande quantidade de pessoas nos dois atos seguintes; ganhamos a causa e a passagem voltou a ser R$3,00. Pronto, o MPL seria a causa para o povo acordar e agir. Depois deste ganho, manifestação virou a “moda do momento”, e para cada problema social existe uma. Só vamos com calma povo brasileiro, pelo visto, ganhamos a “luta” e não a guerra.  Para os informantes, algo muito forte esta por vir, e todos terão que estar preparados para ir pra rua.
MLC
26/06/2013

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